(foto:
Rani de Mendonça\Brasil de Fato)
Alberto
Magnaboschi – Campinas\SP
Trabalhadores
autônomos e informais, atravessam a crise da pandemia da COVID-19, com
incertezas e muita determinação. Na semana passada, após pressão da sociedade
civil e do Senado Federal; o Governo libera as formas de pagamento do Auxílio
Emergencial de R$600 aos informais e autônomos inscritos no cadastro único. Uma
parte dos trabalhadores, já inscritos começam a sacar os valores essa semana e
outros ainda aguardam liberação dos valores.
Especialistas
afirmam, que antes da pandemia o Brasil tinha uma taxa de desemprego que era
muito alta e a média dos informais chegava até 41%. A estimativa após a
pandemia, é que esse número aumente e que muito mais gente busque a
informalidade, diante as demissões que ocorrerão inevitavelmente; e outros procurem
uma condição de trabalho precária para que continuem mantendo uma renda fixa.
Alguns trabalhadores,
vão equilibrando as contas familiares como pode, desde que a saúde da família
esteja assegurada. Alguns se adaptam e outros tentam buscar formas de continuar
produzindo diante a pandemia e o isolamento social.
(foto: Arquivo familiar\Família Queiróz)
Em
entrevista exclusiva à nossa reportagem; falamos com Aureliana Queiróz de
Guaíba\RS, Designer de Unhas que possui um Stúdio na sala de casa, mas que
também atende em domicílio. Segundo ela, após a determinação de isolamento
social seu faturamento despencou, pois não pode atender em casa devido ao medo
do contágio pelas filhas e o marido; e também não está indo ao domicílio das
clientes. Em tempos normais, seu faturamento era de R$900 em média com seus
serviços; hoje o marido que possui uma oficina mecânica também em casa,
continua recebendo serviços para que possa manter a renda da família. Aureliana
sabe das medidas de ajuda do Governo Federal como Bolsa Família e Auxílio
Emergencial, mas prefere não participar dos projetos para que outras pessoas
com situações mais difíceis possam ser beneficiadas. A família Queiroz se
mantém em isolamento social mesmo que de maneira parcial, pois teme pela contaminação
da COVID-19 que afeta o mundo. Eles lembram do caso de um amigo, espanhol que
está com a mãe internada em um hospital na Espanha com o Coronavírus e que toma
todos os cuidados com o marido que ainda se mantêm trabalhando no quintal de
casa.
(foto: Arquivo familiar\Família Carvalho)
Outra
empreendedora informal; Emília Carvalho de Fortaleza\CE, Farmacêutica de
formação, faz Bolos e Tortas em casa e vende principalmente na vizinhança e
pelas Redes Sociais. Emília foi contratada meio período por uma Farmácia bem no
início da pandemia; o que atrapalhou a abertura da Farmácia que não se
encontrava com o alvará de funcionamento ainda, mas que mantêm Emília
contratada em casa com os pagamentos em dia. Ela diz, que o isolamento social
aumentou os pedidos de encomendas de bolos e tortas, pois muitas lanchonetes
permanecem fechadas e as famílias precisam de alimentar de alguma maneira.
Emília, que em tempos normais tinha uma média de R$800 com encomendas, disse
ter aumentado satisfatoriamente para ela, que é solteira e não tem filhos.
Emília afirma, que é a favor do isolamento social, não pelo aumento de suas
encomendas, mas pela saúde da população. As entregas de seus bolos, é combinado
pelas redes socias, e pode ser feito por um motoboy ou o cliente retira rapidamente
na casa dela, sempre com as medidas de segurança reforçados. Ela afirma não ter
o perfil para solicitar Auxílio Emergencial, e acredita que existam pessoas em
situações muito mais difíceis. Disse não ter conhecidos ou parentes doentes,
mas que sabe do poder letal da doença e que a população deve se manter em
isolamento. Emília finaliza nossa entrevista, afirmando reconhecer as medidas
tomadas pelo Governo em auxiliar os trabalhadores autônomos, mas que o Governo
em si não detém políticas públicas que insiram de forma eficiente os mais
pobres e favoreçam uma rede de saúde, educação e cidadania abrangente a todos.
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